Conto Erótico: Inocência

Conto Erótico by Heitor Werneck

10/3/20248 min read

Não lembro mais. E é tão boa essa sensação, de não lembrar. Só ajo por instinto, sem culpas nem artimanhas, apenas instinto. Se sinto fome, encontro um lugar para descansar. Mas se as lembranças me escapam, porque lembro de sentir fome? E como sou capaz de procurar abrigo?

Loucura, acho. Mas no meu universo de programações cerebrais não me sobraram somente funções fisiológicas e sociais, ainda restam algumas linhas de pensamento.

Hoje vi num pedaço de jornal que vivo em um mundo novo. Um novo mundo, surgido da destruição do velho mundo. Quanto romantismo! Sabe? Tenho esse gosto por formular frases de efeito. Faz eu me sentir em um dejá vu de algo do qual não me lembro. Não lembro mais.

Mas foda-se! Deixe eu me apresentar para mim mesmo. (Hahahaha! Será que alguém escuta minha voz interior? Sou um ótimo companheiro de minha própria pessoa.) Prazer, meu nome é... Não... Me chame da porra que quiser! Ainda estou de barriga cheia, não vou te comer mesmo, ou fazer "eu sei lá" que merda você deve estar pensando. Portanto dispensemos essa apresentação e vamos ao que interessa.

Sinto um cheiro no ar. E não é meu. Gozado ainda ter memória olfativa, mas tenho. Cheiro de pele, não sei qual. Mas um cheiro que não é meu. Cheiro de natureza, não de escombros e latas sujas. Presto atenção ao meu redor e só vejo janelas quebradas, uma ou outra luz trêmula, um ruído parecido com música. Uma rua enorme, com muros repletos de escritos indecifráveis. Algumas pessoas com olhor de rapina se esfregam em cantos escuros. E o cheiro... Cada vez mais presente, forte. Ainda não o identifico. Sinto algo escorrer dentro do meu corpo. É outra pessoa outra pessoa me invandindo, causando uma sensação do qual não lembro o nome, mas não é estranho. Ok, estou muito romântico. Talvez o odor esteja causando isso. Um odor bom, que não é de flor (não vejo flor há muito tempo, só folhagens, e gozado: não lembro como eram as cores das flores. Porra, não lembro de mais nada).

Mas o cheiro corta minha divagação, farejo ao redor e meus pelos se eriçam. Uma outra sensação me invade. Pelo cu. Sinto um frio na próstata e, ao mesmo tempo, calor. Desço e caminho pela rua, passando por aquelas criaturas. Elas parecem geladas.

– Você fuma? - um dos seres intervém.

- Não. - minto.

– Quer me chupar? Ou que eu te chupe? - insiste, outra estratégia.

Bom, foi tudo muito rápido, nem tenho como te apresentar a tal criatura (aliás, nem sei teu nome, como posso te apresentar?!). Comecei a beijar o rosto cheio de escarificações e tatuagens da criatura, que iam do pescoço ao queixo, algumas chegando atrás da orelha. A cabeça, raspada, só tinha um tufo de cabelo, comprido. Era adornada com ossos e crânios de pássaros, ratos, ou sei lá! Eram animais pequenos, isso eu sei. O corpo da criatura era lindo, com três lindas tetas pressionadas contra meu corpo. Enquanto beijávamos eu acariciava as tetas, sentindo os mamilos soltarem um líquido estranho. O corpo era todo tigrado, com uma pelagem linda. Usava uma meia-liga, presa a uma bota cano-alto, e balançava aquele rabo contra o poste em que nos atracamos, embaixo da luz. E aquele olhar de gato, olhos alaranjados pulsantes, pedindo. Olhos famintos. Eu me enebriava sentindo os lábios cortados, a língua áspera e aquela mão de dedos finos e unhas afiadas rasgando minha pele. Já não sentia mais se era o liquido do meu corpo que saia de cada carinho daquela criatura ou se era o contato da pele ou do pelo dela. No meu pé uma sensação de línguas grossas. Abri meu olho para ver, eram três criaturas menores lambendo o que caia nelas.... o que escorria dos peitos daquela criatura e da minha pele.

Comecei a roçar seu corpo e senti um volume entre as coxas do ser. Passei a mão e senti um pau, um membro, sei lá que caralho era aquilo... E sentindo também um buraco, quente. O bicho, ou a bicha, tinha tudo: buceta, três tetas, cu, e pau... e porra que cacete! Não deu tempo de chupar aquilo, nem de ser chupado... O cheiro que sentia antes estava maior, me chamando. Que situação. Aquelas três criaturas lambendo meu pé e aquele ser peludo roçando meu corpo, as garras nas minhas costas, o volume contra meu pau, minha mão numa espécie de buceta, aquela quantidade de tetas soltando um líquido que, misturado pelo que saia de minhas costas, alimentavam aquelas bestas que me labiam com mais vontade. E ainda beijando aquela língua áspera! Tudo começou a me arrebatar furiosamente, e minhas mãos correram naturalmente parar o pescoço da criatura, o torcendo num golpe tão preciso que ouvi um único barulho de osso estalando. O corpo ainda tremia (tanto dela/dele como o meu) quando senti uma gozada vindo daquele caralho enorme. Os bichinhos fizeram a festa, me lambendo ainda mais. Não vou recapitular tudo, ainda mais com este cheiro forte me sufocando. Procuro pelo cheiro, agora, e dou uma olhada atrás de mim. Vejo um corpo no chão, jogado, sem cabeça, com um pau enorme sendo devorado por três gatinhos. O corpo tremendo todo, soltando um líquido, parecia uma fonte... Ah, acabei de lembrar de uma palavra: fonte! Mas estou divagando, me perdendo.

O cheiro está forte. Olho para o que ainda está em minhas mãos, chupo e lambo o pescoço, olho para o rosto da criatura. Está sorrindo, com os olhos laranjas estalados, olhos lindos, e expressão de gozo, agradecido. Termino de arrancar a cabeça e dispenso. Olho para trás de novo. Mulheres lindas com asas de águia (outras de morcego) pegam as criaturas-bebês que me lambiam e as comem. Uma delas oferece as outras o pau da criatura, enquanto come as tetas. Ai, que tetas lindas! Jogo a cabeça para elas, mas antes dou um beijo. Gosto ruim. Mas o cheiro, caralho! O cheiro tá forte. Algo fica maior em mim, e não é meu pau, pois ele continua duro. Começo a apressar o passo e a farejar o ar. Como está claro, tudo! Vejo uma lua enorme, rachada ao meio. Parece uma veia pulsando, sob uma pele alva. Meu tesão aumenta. E o cheiro fica insuportavelmente delicioso e forte.

Escuto sons, barulhos e ar em movimento. Vejo algumas pessoas nuas, se pegando, se acariciando. Gozado, faz tempo que não vejo tanta gente junta. As pessoas costumam sair correndo quando me vêem. Não ligo! Tô acostumado. Mas duas pessoas se destacam na multidão por parecerem não se importar, me aproximo e identifico o cheiro. Fecho os olhos e meu pau pulsa, muito. Passo a mão nele, ainda cheia de sangue, ou sei lá o que aquela criatura expelia por suas lindas tetas. Parecia até que minha pele podia sentir aquele cheiro. Abro os olhos e identifico melhor a origem. Uma menina loira, de olhos verdes brilhantes e boquinha vermelha, passando a língua entre os lábios. Ela parecia não ligar por eu estar a encarando, pois rebolava e se pegava com tesão. O vestidinho cheio de renda rasgada está desabotoado na frente. Ela se bolina e se acaricia. Seus mamilos eram estrelas solitárias, já que não tinha seios ainda. Ela aparentava ter 7 ou 8 anos. Uma pequena deusa branca, com lindas asas de pombo se abrindo e fechando freneticamente. Dançava, exoticamente, e era isso que exalava aquele cheiro. As asas espalhavam aquele cheiro de luxúria. Desço o olhar e vejo ela de pernas abertas. Um cachorro enorme vem, lambendo sua xoxotinha. Parecia um lobo, era cinza, com os pêlos eriçados e um rabo espesso, balançando pra lá e pra cá. O cachorro-lobo a lambia e gania. Sons incríveis de um animal no cio. Era um arfar grande, tanto dele quanto dela. A criança movimentava os quadris e abria os braços para o lobo, que subiu nela e cruzou com a pequena deusa, de pernas trançadas sobre o animal.

O beijo da fera era violento, a fazia sangrar enquanto ela tentava lamber seu próprio suor e sangue. O lobo a penetrava ferozmente, a arranhava procurando sempre se encaixar em sua pequena vulva. Tamanho era o tesão da besta que seu uivo fez a deusa acordar de seu cio e, ao me ver, tentou se virar, mas o lobo estava gozando e seu pau estava inchado dentro dela. Ela começou a gritar e a balançar suas asas. Foi só o tempo necessário para eu pular nela e no lobo, antes que eles saíssem voando.

- Fique ai, sua puta! - eu peço, do alto de minha educação.

Nem me lembro se ela me respondeu ou não. O lobo estava meio desfalecido e eu com pau duro, para variar. Segurei o torso do lobo com uma mão e a barriga da menina, toda arranhada, com a outra, puxando os dois para o chão. Ela chorava.

- Fique tranquila. Abra os olhos e pare de chorar. Continue gozando, vai.... Vagabunda!

Ela tentou, ainda, sair daquele pau inchado e quando viu que seus esforços de nada adiantariam, abriu um sorriso para mim como nunca havia visto. Notei seu mamilo endurecendo e suas mãozinhas acariciando o lobo. Vi seu quadril remexendo, e como eu estava com o pau duraço e sentindo o rabo do lobo roçando meu peito, me afastei, subi aquele rabo, cuspi no meu pau e atolei no cu do lobo. Ele se ajeitava e lambia o mamilo da garota.

Ela se inclinava e beijava o focinho dele, e de vez em quando passava a língua em sua boca. O lobo uivava, eu urrava e ela gargalhava, agora. Passei a mão no rosto dela e suas lágrimas doíam na minha pele como ácido. Aquela dor me dilacerava, me deleitava.

Larguei do rosto dela e comi o cu daquele lobo. O cheiro ficava mais forte, cheiro de buceta, de pinto, de sangue, de animal e de homem. A menina cagava de tesão e se esfregava em sua própria bosta.

As pessoas que fugiram começaram a voltar, trêmulas. Uma tentou passar a mão em mim. Arranquei seu braço numa mordida, e sem tirar meu pau do cu do lobo, engolia o membro do enxerido pela mão. Um fisting ao contrário, pensei.

O desgraçado nem conseguiu fugir, porque as outras pessoas começaram a correr em sua direção e a arrancar pedaços de sua carne e a comê-lo vivo. Mas eu continuava a comer a bunda do lobo, arrancando nacos de carne de seu corpo depois que terminei com o braço. Ele não gritava. E eu sentia o cheiro cada vez mais forte, agora misturado ao meu. Os olhos verdes da menina começavam a verter lágrimas abundantemente enquanto o lobo já estava praticamente morto em minhas mãos. Segurei o coração dele esperando o última batida. Arranquei seu corpo todo, pedaço por pedaço, do corpo da menina, o rasgando furiosamente, quando notei que seu pau ainda estava inchado dentro dela.

Joguei os pedaços de seu corpo do lobo, escutando sua pele raspando no chão da rua. Seu coração, ainda em minhas mãos, sangrava sobre a menina que, de pernas ainda abertas, rebolava, chorava, sorria. Lambi muito aquela xoxota, com o pedaço do pau do animal ainda dentro. Lambia o sangue que escorria de minha mão sobre ela, passei minha língua por todo aquele corpinho, até chegar naquela boca angelicalmente sensual. E beijei, aquela lingüinha roçando a minha, enorme. Sangue e saliva. Seguro seu rosto com as duas mãos, vejo uma mulher de séculos num corpo de criança, uma puta velha. Ela me segurou e começou a bater as asas, me levando com ela. Após sairmos do chão vi que ela me olhava fixamente, com seus aqueles olhinhos verdes. A lua atrás da gente, e embaixo, dois defuntos sendo comidos e estuprados por um monte de pessoas ou criaturas. Olhei nos olhos da velha menina e escutei a voz mais angelical que a mim já se dirigiu a palavra.

- Você vai me comer?

Sorri.